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Liberdade de voar num horizonte qualquer, liberdade de pousar onde o coração quiser.

Cecília Meireles
A poesia é um dos gêneros mais antigos da literatura.

Presente na vida de várias gerações, contribuiu de maneira notável na construção da identidade artística e cultural da sociedade.

A literatura brasileira é repleta de obras-primas e dentre tantas destacamos algumas que falam de aves.

Não é de hoje que as aves servem de inspiração, sejam em músicas, pinturas, obras literárias e demais expressões artísticas.

Confira a seguir algumas das mais belas e populares obras de importantes autores brasileiros.


O PÁSSARO CATIVO

Por que é que, tendo tudo, há de ficar

O passarinho mudo,
Armas, num galho de árvore, o alçapão
E, em breve, uma avezinha descuidada,
Batendo as asas cai na escravidão.
Dás-lhe então, por esplêndida morada,
Gaiola dourada;

Dás-lhe alpiste, e água fresca, e ovos e tudo.
Por que é que, tendo tudo, há de ficar
O passarinho mudo,
Arrepiado e triste sem cantar?
É que, criança, os pássaros não falam.

Só gorjeando a sua dor exalam,
Sem que os homens os possam entender;
Se os pássaros falassem,
Talvez os teus ouvidos escutassem
Este cativo pássaro dizer:

“Não quero o teu alpiste!
Gosto mais do alimento que procuro
Na mata livre em que voar me viste;
Tenho água fresca num recanto escuro

Da selva em que nasci;
Da mata entre os verdores,
Tenho frutos e flores
Sem precisar de ti!

Não quero a tua esplêndida gaiola!
Pois nenhuma riqueza me consola,
De haver perdido aquilo que perdi…
Prefiro o ninho humilde construído

De folhas secas, plácido, escondido.
Solta-me ao vento e ao sol!
Com que direito à escravidão me obrigas?
Quero saudar as pombas do arrebol!
Quero, ao cair da tarde,
Entoar minhas tristíssimas cantigas!
Por que me prendes? Solta-me, covarde!
Deus me deu por gaiola a imensidade!
Não me roubes a minha liberdade…
Quero voar! Voar!

Estas cousas o pássaro diria,
Se pudesse falar,
E a tua alma, criança, tremeria,
Vendo tanta aflição,
E a tua mão tremendo lhe abriria
A porta da prisão…

Olavo Bilac

  

ANDORINHA

Andorinha lá fora está dizendo:
— “Passei o dia à toa, à toa!”

Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste!
Passei a vida à toa, à toa . . .

Manuel Bandeira

  

A POMBINHA DA MATA

Três meninos na mata ouviram
uma pombinha gemer.

“Eu acho que ela está com fome”,
disse o primeiro,
“e não tem nada para comer.”

Três meninos na mata ouviram
uma pombinha carpir.

“Eu acho que ela ficou presa”,
disse o segundo,
“e não sabe como fugir.”

Três meninos na mata ouviram
uma pombinha gemer.

“Eu acho que ela está com saudade”,
disse o terceiro,
“e com certeza vai morrer.”

Cecília Meireles

 

PÁSSAROS

Olha como, cortando os leves ares,
Passam do vale ao monte as andorinhas;
Vão pousar na verdura dos palmares,
Que, à tarde, cobre transparente véu;
Voam também como essas avezinhas
Meus sombrios, meus tristes pensamentos;
Zombam da fúria dos contrários ventos,
Fogem da terra, acercam-se do céu.

Porque o céu é também aquela estância
Onde respira a doce criatura,
Filha do nosso amor, sonho da infância,
Pensamento dos dias juvenis.
Lá, como esquiva flor, formosa e pura,
Vives tu escondida entre a folhagem,
Ó rainha do ermo, ó fresca imagem
Dos meus sonhos de amor calmo e feliz!

Vão para aquela estância enamorados,
Os pensamentos de minh’alma ansiosa;
Vão contar-lhe os meus dias gozados
E estas noites de lágrimas e dor.

Na tua fronte pousarão, mimosa,
Como as aves no cimo da palmeira,
Dizendo aos ecos a canção primeira
De um livro escrito pela mão do amor.

Dirão também como conservo ainda
No fundo de minh’alma essa lembrança
De tua imagem vaporosa e linda,
Único alento que me prende aqui

E dirão mais que estrelas de esperança
Enchem a escuridão das noites minhas.
Como sobem ao monte as andorinhas,
Meus pensamentos voam para ti

Machado de Assis



Pássaro


Um tocador de violão
não pode cantar,  prosseguir
quando lhe acusam de estar mentindo
quer virar pássaro e rolar no ar no ar
quer virar pássaro e sumir ir
quer virar pássaro e sumir!



Curiosidade: Essa canção chamava-se "Um cantador", que foi vetada pela censura durante o regime militar. Em 1979, no LP "Quatro", o duo Sá & Guarabyra a renomeou "Pássaro" dando um novo título para a canção e assim, escapar da censura do regime imposto.

Amigos, não deixem de ouvir a linda canção que publiquei na minha página  SOL & SAL no facebook. É só clicar AQUI!

Créditos e inspiração
Imagens e Gif do Google Imagens 

2 comentários:

  1. Um show aqui de poesia , imagens. Tão lindo ver os pássaros voando livres e chegamos até a os invejar,rs... beijos, tudo de bom,chica

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Chica, muito boa noite querida!!
      Tem momentos que queríamos ser passarinhos e voar livre por aí...
      Fico muito grata com sua linda visita amiga!!
      Lindo final de semana!
      Beijinhos! :))

      Excluir

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